O rapaz cavalga
no dorso do cavalo
sem medo do rio
caudaloso que lhes é paralelo.
A correria
(dir-se-ia)
é contra o rio:
o rapaz a
repousa o olhar nas águas paralelas.
Se alguém
perguntasse ao rapaz
que serventia
era a de tamanha correria
– se houvesse
mister de não interromper
a cavalgada
desenfreada
e o rosto
iracundo do rapaz
– quem sabe
o rapaz
retorquiria:
a loucura de um
crepúsculo sem aviso
era a corda toda
às patas musculadas do animal.
O rapaz
desferindo
golpes frenéticos com as esporas
imprimia no
cavalo a fúria sua
e o cavalo,
contagiado,
transpirando
baba pela boca entreaberta
disparando o
coração contra as costelas
de olhos
vidrados no concorrente caudal do rio,
aplacava a ira
boçal do rapaz.
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