De um vaso soalheiro
um punhado de framboesas à boca.
De olhos fechados
como se com eles fechados
todo o sumo das framboesas,
num caudal semântico,
combinasse com uma concentração pura,
e o suor afirmasse a doçura decantada.
Uma medida bem tirada
do sangue vertido no vaso das framboesas.
Simples as coisas que valham
no parapeito liso de onde o resto
se desfaz em pequenos fragmentos ao longe,
e tudo se resgata no sentir forense
das espadas que rasuram a usura.
As framboesas são hipoteca dos sobressaltos,
ganham deleite até serem matéria gasosa.
Nelas se esconde o título arpoado
no dorso de um cavalo hirsuto
contra as persianas que,
desfeitas em vestígios disformes,
jamais ocultam o teatro plano
onde ensinam os artesãos das framboesas.
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