24.11.16

(Des)conhecimento

Não quero saber
das coisas que beijam o véu da certeza
das coisas que se não importunam
com interrogações incómodas
das coisas alindadas no caule da luz clara
das coisas fermentadas
em ciência por falta de comparência.

Não quero saber
das coisas que de si se sabem
na soberba enjoativa dos categóricos
na velada incandescência da razão imperativa
descontinuando a desrazão heurística.

Não quero saber
das coisas perfeitas e pútridas
das coisas belas e castradas
das coisas entronizadas sem chão firme.

Não quero transitar
no mapa seguro das coisas seguras
no mapa sem rugas na negação da idade.

Não quero saber
de coisas que não querem saber
das coisas que sobre elas
arqueiam o mar de indecisões.  

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