Persiga-me
o vento
se
não souber dizer as palavras
que
molham a boca nas casas doces.
Procure-me
o vento
se
não deixar vir às mãos
o
soldo alto fermentado nos castelos.
Assalte-me
o vento
se
não arranjar método ciente
entre
as flores deixadas na jarra partida.
Beije-me
o vento
se
não encontrar os sedimentos álgidos
que
temperam o fogo da terra.
Agrida-me
o vento
se
insistir na loucura e perder de mão
os
véus esbranquiçados que tudo clareiam.
Elogie-me
o vento
se
souber ser algoz da destemperança
trazendo
da maré os seixos sortilégio.
Componha-me
o vento
poemas
malditos em incapaz distopia
desfazendo
a demência inteira.
Desarranje-me
o vento
ideias
que adulteram a simplicidade
se
não for tutor da alvorada desembaciada.
Apanhe-me
o vento
entre
suas mãos protetoras
e
leve-me por entre as nuvens prometidas.
Sem comentários:
Enviar um comentário