Sempre
considerei o suor.
Desviei
das nuvens a bala perdida
(não
fosse atingir o sol,
para
tristeza acelerada de uma multidão).
Agarrei
com os olhos o creme do bolo
(não
fosse perder as bainhas da dieta).
Alcancei
com brevidade
as
ilhargas dos homens poderosos
(ou
convencidamente poderosos)
e
continuei a ver o que dantes via.
Escutei
demoradamente
as
músicas aconselhadas
(à
espera de pedagógica iluminação).
Estudei
metodicamente os filósofos
(à
espera de um sentido à frente dos olhos).
Andei
de braço dado
com
a carestia dos sentidos
(talvez
fosse ilusão de ótica).
Armei
o coldre
não
fosse um contumaz demónio
assaltar-me
as ideias
(se
é que elas tinham serventia).
Dormitei
em pé
enquanto
esperava o grasnar de um ganso
(sem
saber por que esperava).
Vivi
às diferentes velocidades da vida
(porque
não sabia a velocidade certa).
Fui
a lugares muitos em demandas várias
nómada
sem quartel
(não
dando crédito ao que queriam ensinar).
No
suor embebido das coisas
no
suor vertido em palavras desvairadas
escolhendo
a vidraça da diferença
não
empunhando bandeiras
nem
empenhando as mãos
aos
muito beatos profetas da verdade
(do paradeiro da verdade nunca quis saber).
O
fumo das chaminés junta-se ao nevoeiro
tornando
a luz baça centelha aguada,
por
onde o crepúsculo se sufraga.
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