19.11.16

Prantos

O pranto do rapaz
(do rapaz que parece sem rumo)
percorre as repletas ruas da cidade.
Não as emudece.
O rapaz só chora, sem fala.
Não se sabem os seus queixumes.
Não se sabe como se chama.
Não se sabe de onde provém tanta tristeza.
Um pranto sem fim
à medida que arrasta as pernas frágeis
e limpa as lágrimas aos andrajos seus.
As ruas, repletas,
indiferentes como dantes.
Não se tomam por dores
de prantos alheios.
Chegam os seus próprios prantos.

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