Foi
preciso ir ao fundo do mar
tocar
nas estrelas depostas
perguntar
à areia muda
sobre
o sortilégio de ser.
Do
fundo do mar
em
demorada apneia
trouxe
uns seixos dentro das mãos
algas
arroxeadas agarradas ao corpo
e
um sorriso que não conhecia.
Não
vi as sereias desenhadas em fantasias
(pois
delas não fui em demanda)
nem
vi medonhas criaturas
ou
grutas com sonora incógnita à entrada.
Vi
a água profunda
peixes
em sereno nomadismo
ao
longe,
o
hélice contorcionista de um navio mercante
ao
longe,
sob
o teto do mar
o
céu disforme.
Sulquei
algumas águas
provando
do diferente sal que traziam.
Às
vezes
o
fundo do mar ilustra os segredos
que
olhos nenhuns
em
terrena digressão
conseguem
abraçar.
Sem comentários:
Enviar um comentário