Agarro
pelas mãos
o
templo onde se ampara a tempestade.
Convido
os mestres das nuvens
à
contemplação do sol deitado no mar.
Quero
que as gotas de chuva cheguem vigorosas
as aves se escondam em seus refúgios
os tiranetes se amedrontem na curva ardilosa
a multidão se silencie.
Agarro
o silêncio com os dentes
como
se estivesse consumido pela fome.
Mexo
no silêncio por dentro
e
escuto na antecâmara dos fogos
um
esquilo zunindo poemas amestrados.
Trago,
agora,
as
mãos incensadas.
Dizem-me
que
um fogo fátuo se verteu na colina
e
o fumo em espiral ensina os oráculos.
Não
me importo.
Tenho
as mãos purificadas
e
as fontes todas são meu manancial.
Agarro
com as mãos os navios longínquos
as
traves onde fundeiam os corpos livres
todas
as palavras quiméricas
(que
não dissolvem o silêncio);
as
palavras
que
devolvem uma pulsão sem freio
e
deixam os olhos marejados.
Guardo
as mãos
que
muito delas preciso.
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