As
escadas íngremes.
Uma
medida de coragem.
Tiro
os dados à sorte
(ou
a sorte contra os dados).
Debaixo
da pedra
a
centopeia esperneia um destino
ao
acaso.
Debaixo
da pedra
subo
ao céu estrelado:
amparo
as costas do dia singular.
Todavia
uma
centelha fugaz
estraga
a escuridão da noite.
Precisava
da escuridão.
Precisava
de saber que sem luz
as
portas se entreabriam
desmontando
as ruínas à espera.
As
pessoas falam de ordenanças.
Falam
de mandamentos
como
se houvesse carestia de vontade.
Eu
puxo lustro à vontade que é minha
destruo
os mandamentos e as ordenanças.
Posso
estar na mira dos atiradores furtivos,
mas
não me importo.
Tenho
confiança
o
céu estrelado é meu mandamento bastante
um
seguro cais onde o corpo não se cansa
com
pedras à mão para o caso de precisar.
Em
minha defesa
alego
os ancestrais líquenes
onde
ficaram vertidos os votos vindouros.
Alego
páginas
a eito
algumas
ininteligíveis
outras
(talvez)
um
rasgo de uma coisa qualquer.
Alego
em minha defesa
a
pureza das palavras
embebidas
no peito desembaraçado.
O
corpo prepara-se para as escadas.
Uma
vertigem incessante não o demove.
Catalisa
as denúncias das coisas irrisórias,
desprende-se
do chão húmido.
Ninguém
sabe o lado oculto das escadas.
Não
importa.
Depois
da madrugada demorada
as
mãos acertam contas com os lábios sedentos.
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