21.2.17

Máscara

Uma máscara
descida sobre as mãos nuas
uma reticência
rasto assombrado dos vãos desditos
sem supor o viés de tudo.
Tirando os dementes
que cursam a apoplexia dos dias
talvez sejamos o pasto verdejante
dos poderosos
– e sabemos.
Não se reclamam os impropérios
na endemoninhada inércia dos membros
como se uma anestesia geral tivesse chovido.
E, porém,
somos apenas de nós mesmos
(em pertença falando)
no jogo que se joga nas balizas da vontade
sem o jugo exterior
sem a paráfrase dos poderosos
que se deita sobre a nossa vontade.
Máscaras
usam-nas os que se escondem
nos ardis do poder.
Nós,
tutores do despoder
não carregamos máscaras
a não ser o rosto nas rugas transientes.

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