Atrás
do palco
onde
as nuvens respondiam pelo nome
“sombras”,
sem
os estorvos da decência
nem
os sobressaltos da heresia,
as
nuas pessoas tiravam das vestes
um
módico de singeleza.
Depois
quando
o palco voltava a ditar leis
e
as vestes eram verniz baço
sobejavam
as coisas artificiais
as
palavras urdidas
os
passos projetados três casas à frente
a
genética soberba de tudo o que não conta
e
o esquecimento de haver atrás do palco.
Quando
foram procurar o que o palco escondia
encontraram
um amontoado de cinzas
vidros
estilhaçados
e
o rigor mortis do oblívio.
Depressa
desaprenderam
o
que havia atrás do palco.
Até
que o palco se tornou lugar único.
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