10.2.17

Piscina olímpica

Da espada mundana
em vértices azimutes
os dedos erguidos em carne viva.
Desossada a ira sem mercado
sobram as raízes fundas das árvores,
das hirsutas árvores
prometendo um anoitecer mendaz.
Digam o que disserem,
em estio contumaz
(tirando proveito de vagas metonímias)
os aprendizes desembaraçados,
continua renitente o não às demandas.
Podia ser que as nuvens finas encobrissem
as estátuas solenes dos estadistas pueris
e os pássaros estroinas voassem ao desbarato
enquanto as crianças brincavam aos poetas
– para tudo quadrar numa rima absurda.
Tudo teria sentido alferes
sem o caos edificante das coisas serenas
ou o verniz das fábulas com a dobra do mofo.
Do dia para a noite
vieram paulatinos penhores do que diziam ser
a verdade;
era escusado:
as espadas irrompiam das nuvens finas
dando cerco à feitura dos compêndios,
tirando estima à medida da verdade.
Sobravam as páginas em branco.
A alvura
à semelhança da neve prometida.

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