Âncoras que
reluzem impecáveis
sob o sol duro
do estio durável.
Ou apenas
navios que não
gastam o mar
enquanto dão as
mãos às ondas vadias.
Gémeas almas
entrelaçadas nos
nós macios do amor.
Gémeas almas
que cruzam
olhares
deitando feitiços
nos objetos entesourados
olhares que
consomem desejo.
Ou apenas
um beijo
atapetado no rosto suave
um peito aberto
como cais
um livro inteiro
com páginas consagradas
o ouro cheio na
garrafa guardada
e o mar que
enche a janela sem freios.
As homenagens são-nos
tributadas
na multidão que
somos nós
sem os embaraços
dos rostos fugazes
com a medida
certa da inscrição que deitamos
num poema fervente
num poema em
feitura contínua.
Pois somos a
medida inacabada
do todo que
congeminamos em mar perene.
Não desejamos ao
tempo
se não a mesma ânfora
vivaz
que nos traz
numa constelação sem adjetivos
a não ser o
substantivo inderrotável do amor.
E eu,
no promontório
prometido
penhor da
quimera onde me tenho
na gratidão sem
fim ao amor que me tens.
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