Nada
sem uma parede baça.
Os
braços desatados atemorizam-se
O
cavalo acobreado ajoelha-se, cansado.
Beatas
adolescentes esganiçam cantorias.
O
soalho molhado está escorregadio.
O
autocarro solta muita poluição.
O
senhor ministro assoberba-se.
A
ave pernalta beberica algo.
As
páginas do jornal não recomendáveis.
O
senhor doutor ostenta bata e estetoscópio.
O
mendigo operacional vagueia na noite.
Dois
documentos perdidos alojam-se na valeta.
A
caixa do medicamento no banco do jardim.
O
bancário passeia a gravata nova.
A
escuridão do dia mete dó.
As
mãos que batem à porta, sujas de cimento.
A bibliotecária exaspera-se com o burburinho.
A
realidade paralela.
O
ócio perene.
A
fartura de predicados, justapostos.
Sem
adiamentos possíveis.
Só
pele pura na alvura da neve.
E
a beleza sem peias.
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