20.2.17

Medir o pulso

É este o teu pulso
a moldura sem freios
penhor de todas as coisas
em compasso com as flores campestres?

O quebrar das ondas
sussurra aos destemidos arrais
sobre o dorso cansado dos mercadores
que vêm ao mercado de vazias mãos.
Julgo saber
(das horas escritas em finas pérolas
dos contrapesos em orações derramadas
com a grave servidão das lágrimas)
que a multidão se inclina às solenidades.

Que interessa a grandiloquência
se continuarmos sitiados pela gravidade da pose
sem a pose quadrar com o avesso das costuras?

Não sei
se hei de convocar os súbditos distraídos
ou proclamar versos sem forma
ou apenas jurar aos ventos futuros
que o pulso imaleável é venal.

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