Na
armadura à prova de lagos
com
o sextante no bolso
os
óculos de aço embrulhados
o
violino que não sei tocar
e
o bornal cheio de estrofes.
Tiro
as maduras medidas
na
varanda do sol.
Cicio
umas palavras
–
umas quaisquer,
as
que vierem ao alpendre –
e
proclamo,
com
solenidade,
os
aventais subidos aos cotovelos.
Talvez
não saiba
o
que estou a fazer.
Talvez
sejam as folhas sujas
(da
sujidade das ruas)
que
atropelam o pensamento audaz.
Lá
que isso não interessa
é
a profecia mais célere
que
sobe ao púlpito da vontade.
Volto
a olhar para o que vem ao olhar.
Apreciando.
Com
estes olhos-matilha
inquietos
nunca
assoberbados
como
se fossem bandeiras lambidas pelo vento
pródigos
porta-vozes das distintas medalhas
que
esperam por vez.
Às
tantas,
digo
em silêncio
(rompendo
o silêncio armilar):
oxalá
estivesse o pensamento calado
furtivo
no calado do silêncio.
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