A quadrilha dos estonteantes
velhos
pratica estragos.
Contra os
açoites das artroses
dos ossos
cansados e das vigílias desamparadas
perseveram no
umbral dos relógios
denunciando a
conspiração que se orquestra
(a conspiração
que sussurra a decadência).
A quadrilha desmonta
o pueril arsenal
dos jovens
a arrogância
viril
os artefactos desarmadilhados
o fogo de vista
que nada incendeia.
Atira-se em pose
terrorista
contra os aldrabões
do império
que congeminam
contra a senescência
– o fio de cobre
que ata a vontade
quando ela
sucumbe ao trovão mestre,
o chamamento sem
recusa.
Em quadrilha
hasteando os
frugais, mas estatutários,
estandartes da
experiência
rebelam-se
contra
a indolência
a anestesia
geral dos estados servis
a lã lavada em fontes
imprestáveis
a preguiça do
pensamento
a indiferença do
conhecimento
o sal mendaz das
litanias próximas
o coágulo tirano
não coado.
A quadrilha dos estonteantes
velhos
prova
que os velhos,
os legítimos
velhos,
se albergam
algures
nas paredes falsamente
frondosas
e, todavia,
destituídas de
interior.
E gritam,
os membros da
quadrilha:
só à velhice darão
de barato
quando a morte
lhes ganhar no braço-de-ferro.
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