Arrancadas as páginas do calendário
com o ímpeto
de um sultão
sobrava no enquadramento do olhar
a planície
gasta,
despida
de vegetação,
a problemática
embocadura do tempo
o lugar onde os navios sem gente
demandavam sepultura
sem o escandaloso estertor dos calendários
e da sua finitude.
As espadas sem rosto
subiam no dorso ressentido dos anciãos.
Também
não importava.
As águas
lacustres,
émulo
da inércia vetusta
que
os anciãos traziam ao regaço,
eram a perfeita esquadria do lugar.
Por mais que olhasse em redor
os olhos só conseguiam estimar
velhos que pareciam monopólio local.
A interrogação
(pungente)
esbarrou no peito inquieto:
se já
não havia naquele lugar
se não
vetusta gente,
e em encontrando-me no lugar descrito,
teria a provecta idade tomado conta de
mim
sem o meu consentimento?
(E deixaria de ser função minha
arrancar as folhas ao calendário.)
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