Quais são
as
luas compostas
os tiros certeiros em alvos com arte
de o serem
os campanários
com água farta
as escotilhas por onde se deve
encaminhar
o olhar?
Como se entrega a pele cerzida
como se excluem portas trespassadas
e as flores exaustas
e se devolvem as feridas ao despeito?
Como se formulam
as perguntas com palco
desautorizando as excruciantes dores
que se movem no chão embuste
que apanha os pés pela raiz?
É
preciso compor as interrogações
se elas vociferam
pela voz de uma plebe sem serventia
as atrozes cicatrizes já sepultadas?
Das interrogações a destempo
o que sobra se não o avesso desassisado
as convulsões que costuram o desvario
um arremedo de uma personificação
por
interposto ator
a fatiota apessoada num corpo
esvaziado
– ou apenas um corpo a
menos
para pensamento em excesso?
Nas ruas cheias de gente sem rosto
que palavras cheias de néctar
se procuram
em desafio das interrogações?
E se
em vez das palavras tonitruantes
em vez das pinceladas que imitam os olhos
em vez de arrastar um corpo cansado
e mortificações que sugerem despejo
em vez das dilacerações contidas nas perguntas
– e se,
em vez de tudo
o que doutrina diabos sem freio
e abraça a
temporalidade que interessa
com a cobertura dos palcos movidos
no paralelo do resto,
sem lugar a demónios sem lustro
nem sinuosas curvas sem aviso,
mas apenas o céu álgido
sereno
com as nuvens pertença de outrem
tomadas de empréstimo
só
para enxotar os medos enquistados
só
para devolver às trevas os vultos assombrosos
só
para deixar no chão os ossos de outrora
com a magnífica escola
onde se aprende com o livro
antepassado
e onde se recusam as interrogações que sangram?
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