(Em jeito das conversas à falta de assunto,
tirando o assunto meteorológico do saco)
Desafio as
portas da primavera.
Desafio-as
a serem tutoras
da claridade reavivada
das flores
gravitacionais
do mar que
descansa do desassossego invernal
das pessoas
sequiosas de leveza de indumentária
do entardecer
que se estende pelo dia fora
das nuvens
alisadas no céu aberto
das árvores que
voltam às folhagens
dos aromas
silenciados no inverno
dos mananciais
que se escoam fartos,
fruto do degelo.
Desafio as
portas da primavera
a não se
esconderem
na carantonha do
inverno a destempo.
A não sufragarem
os frutos em viço
debaixo da geada
mortífera.
A não importarem
das lonjuras
ares não
convidados,
ares estranhos,
que as gentes
protestam
contra a primavera
em contrafação,
definhada
adiada.
Talvez
os deuses
pudessem encomendar
por sua interposta
pessoa
aos caudilhos
das anomalias dos elementos
uma trégua.
Só para não ter
de ouvir
incessantemente
lamentos de um
tempo fora do seu tempo.
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