22.3.17

Invisível

Deste lugar
no ermo de um corpo
onde medra paixão
impaciência
perpétua sede do novo
o voluntário sopesar da dádiva
onde se abraça
o romance
o comboio das fruições
as nuvens sem fundo
e um fundo copioso,
de um lugar
que se não quer centrípeto:
esbracejam fulgores prometidos
demandas em esboço
o pensamento não venal
a intensa marca dos dedos
num contínuo.
Deste lugar
no ermo de um corpo:
a aspiração de um neófito
à espera de aprender
com as flechas intermitentes
com a combustão dos enlevos
com a matéria não bolorenta
dos livros nunca tardios.

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