Passado o equinócio
sobravam as flores dançantes
em forma de chão
propositadamente congeminadas
para receber os pés.
Não
havia varandas sobre as nuvens.
Não
havia lamentos ciciados
debaixo
de negra indumentária.
As janelas entreabriam-se,
Timoratas,
mas acolhiam o mostruário que espreitava.
Sem saber
juntei nas mãos as pedras preciosas
que vieram ao caminho.
Os poetas não adormecem
– diz-se, como se
mostrassem heroísmo.
Do alpendre estival
enquanto a preguiça estiola
e os olhos se perdem no firmamento
trago no peito
a crisálida
mais bela que encontrei,
a espuma sublime
que se desprende de uma onda do mar,
a gravata em forma de mapa,
a voz doce que perfaz o encantamento.
Estou à
espera
das horas pares
e dos acetinados do céu
para inventar outro equinócio.
Sem comentários:
Enviar um comentário