O vinho
estragado
em rima
com ideias mal
urdidas
de velhacos na
pose de catedráticos.
A supina soberba
substitui-se
aos pergaminhos
que contam;
do escrutínio dispensam-se
os preclaros.
(Mal pudera ser
que os demais
vegetam em inferior patamar
– ia proclamar “homessa”,
mas a marcha-atrás
ditou-se:
um deles,
dos mais sabichões,
tão senhor da erudição
e de certezas
incontestáveis,
escreve “omessa”).
São eles
o vinho
estragado.
E, todavia,
teimam em serem
servidos em finos cálices
e de,
em sua
homenagem,
se obedecer a cerimonial
de casta.
Pelo meio
destilam páginas
e páginas
no bolorento
desfilar de decoro,
que insistem em
ensinar aos néscios
– especialidade bestunta:
ensinar democracia
e rios de tinta
e tinta
sobre igualdade
(um imperativo tão
aristocrático).
Mal os espera
o impiedoso adágio
popularizado pelo
mesmo povaréu
de que se dizem
advogados de defesa
mas em privado
se entretêm no vil desdenhar:
o olhar que se
desvie para a retórica
e a distração seja
arrebanhada para os atos.
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