5.6.17

Patrocínio

Caminhava sobre arame farpado
no bocal de um precipício
apalavrado.
A cofragem nua
mostrava,
às escâncaras,
o desfastio da vertigem assinalada.

Não aprendia:
tantas as vezes
de despedaçar estrepitoso
depois de si apenas estilhaços
e nem uma única vez
de lágrimas transfiguradas cor.

Nas margens da loucura
mantinha a lucidez improvável
uma âncora invisível,
sem matéria,
o desembaraço das respostas
a volumetria dal atividade ociosa
os costumes sem cais
em anéis fortuitos
e estrofes desalinhadas.

Era tutor de um caos organizado
e pretendia-se noivo do descompromisso
em teias usadas vezes sem conta
em livros empoeirados resgatados da inércia.

Ou
era apenas a rebeldia
uma parecença com rebeldia
convencido de um palco que não era seu.

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