Os olhos
vendados
adormecem vizinhos
da buganvília centrípeta.
As costas viradas
na horizontal
deitadas depois
na cama de jardim
vedam as
sobrancelhas gastas
que vigiam a
polinização do pretérito.
Esgaçam-se
olhares recolhidos
no justo avesso
das mãos ávidas
e a fina usura
do tempo
é medida do
trespasse admirado.
Não haverá levas
iguais
no desabotoar
dos segredos.
Nem os segredos
divergem
enquanto ficarem
segredos.
É por isso que
os olhos se embaciam:
não são guturais
desejos
que crestam no
fogo persistente
de fogueiras venais.
Os olhos
preferem continuar
vendados.
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