O torreão sem
bandeira
perfuma a decadência
– protestam os usurpados
pelo domínio
(e que depois
tutelam a usura da vontade).
Sem desvio
os ossos
estimados dão à costa
já não
aprisionados
na garrafa
despojada pelo marinheiro.
Na terra de
ninguém
não há bandeiras
hasteadas
nem milagres
proficuamente doutrinados
ou o sobressalto
da tutela que se encorpa.
Às vezes
é preciso o mar
alto
um paredão
inacessível
a chuva rara
(a que cai nos
desertos)
o rosto inteiro
na macieza da areia
arrematar uma
embarcação sem capitão
e deixar que o
mar
o mar alto
ornamente as marés
ao acaso.
Para
num golpe
furtivo
inesperado
do cais arpoado
se distinguir
o torreão que
recusa bandeiras.
E sentir
por dentro e sem
peias
o ósculo maior
do despoder
a esbracejar no
rosto então macio.
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