Dos socalcos diurnos
os olhos ávidos
de paciência
não
capitulam
não
podem atar as bainhas
ao olvido das nuvens
que arrumam um lugar.
Talvez esboce singelo sorriso
sem esgares sibilinos
sem a palidez de um sonho frio
sem a estrada inclinada cheia de
armadilhas.
Contemplo o ocaso
onde os pássaros
tardios se esquecem do dia
e as montanhas se fundem na solidez da
noite.
O desembaraço dos castelos inertes
compõe o
lago que só existe no olhar,
naquele olhar que ensanguenta a terra
noturna
no sangue não lívido
que
lhe dá de beber.
Sou o campo maior
a luz diáfana que trespassa a noite
a fronteira que resguarda a bondade
o sonhador que tira os freios
às
líricas portas dos sonhos indomáveis
o esteta sem território
vindicando das sereias o sorriso
lapidar
sem estorvos
sem despentear
se não
as complexas rodas
que são
leito do adquirido.
Não
quero mais nada
a não
ser
tudo
(e é
tanto,
incomensurável)
que às
minhas mãos
vem
em dádiva.
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