Sitiado nas
veredas áridas
onde só as
pedras esparsas,
estendidas no chão
ao acaso,
resumem a sombra
do dia:
sinto
ser penhor de um
sonho
ou que o sonho
em sua altivez
em mim encarnou
e deixou em
herança
esta esquizofrenia
diletante.
Repouso nas
arcadas do tempo lento
num interstício
apalavrado ao vento
e descubro
no fundo do vale
um riacho que
prospera depois da nascente.
A sede bastante
pedia água
fresca
que validava o
desejo atual.
Em vez disso
em austera
demanda
mantive o passo
estugado;
não,
a pressa não me
fazia refém
e mesmo que a
luz se esgotasse
(mercê do
inverno macilento)
não eram essas
as faces rosadas
da voragem.
Contraía os músculos
maxilares
e pedia ao coração
o oxigénio todo
que era larga a
jornada por diante.
E depois percebi
que o sonho não
deixava entender
onde se fundia
o sonho como o
que sonho não era.
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