Não
é da impressão de apocalipse
nem
da tempestade que se abraça ao horizonte
ou
das preces infundadas de beatas anãs.
Não
é das flores que não medram
nem
dos mares incolores e baços
ou
das pestes desembainhadas por mastins.
Não
é do murmúrio melancólico
nem
das trevas enroupadas
ou
dos probos com esqueletos no armário.
Não
é da boca quente
nem
das frágeis palavras que nela estalam
ou
dos pastos à míngua de irrigação.
Não
é da ousadia tardia
nem
do culto esotérico
ou
dos padres sem sotaina e sotaque.
Não
é da valentia desassisada
nem
da demência sem cura
ou
dos preâmbulos sem eira.
É
da ciência com chão
onde
se deitam os corpos ávidos
e
irradia o conhecimento sentido.
É
do sol escorado
onde
se aprendem as prosas
e
prospera a fonte fresca.
É
das paredes caiadas
onde
se desenham sonhos
e
cevam os amanhãs acetinados.
É
dos olhos profundos
onde
repousam os ossos cansados
e
se devolve a matéria bruta do ser.
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