O correio
na maré que rasa
os sentidos.
Cartas abertas
o lacre sem bojo
nas ameias tardias.
Chapéu de gola alta
na apanha do salitre
de juras sem contrato.
A nuvem
assobia pelos pássaros
no teatro sem audiência.
A estrela sem brilho
casa com a montanha
modesta é a boda.
Anoitece
na manhã assaltada
no campanário sem castelo.
O correio resgatado
de ladrões sem siso
como garrafas de náufragos.
No meio do mapa
o estiolado gato
depois de vida em desfrute.
Ao lago
os haveres sem dono
num ecuménico pesar.
Um garrote
segura as veias
contra o açambarcado navio.
Destilam-se
as palavras que se esperam certas
no nó górdio do impasse.
O selo de ouro
no furibundo arrependimento
em golpes exatos de esgrima.
A ponte atravessada
com bilhete caucionado
o quadro sem esquadria por tenência.
Da falésia
o horizonte mais alto
murmura a estrada mais nobre.
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