Que enredos
anuncia dinastia corrente,
que porta-estandarte se afivela
na baía que se estreita no ocaso,
que histórias se contam
e quantas podem contar com
a mentira como costura?
Os reinos não se perpetuam
no estorno das páginas dedilhadas.
A lente parece vívida,
ninguém diz que parece baça;
e, todavia,
encontra-se baça.
Os olhos destreinados
(ou então apenas acasmurrados)
fiam-se em seu próprio viés.
É como os reis e as rainhas
de reinos pelo mundo fora:
não aprenderam a ser atavismos
e do lustre obnóxio ostentam pergaminhos
com a bênção de vassalos
com o pensamento embainhado
nas curtas estrofes da “tradição”.
Ora,
dos enredos não consta a tradição:
a palavra livre é,
no preparo da não capitulação
aos dogmas assegurados.
Ou a história do porvir
será uma mentira maior que as certezas
de um mitómano sem remédio.
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