Não sei nada da morte.
A não ser o medo.
Sinto-me acossado pela morte
através da morte
de que me chega notícia.
A morte dos outros,
a morte que também me assusta,
devia ser uma lição.
Uma lição de vida.
Para dissipar o significado do tempo
e assim tê-lo na mão.
Sabendo que o dia nascente
é o que está à mão de semear.
Sem importar
se vem o dia depois.
Sem importar
se é breve a vida.
Pois se ela for tutelada
pela imaterialidade do tempo,
não se mede pela quantidade.
A morte devia ser uma lição de vida.
Para dela sabermos fazer um festim.
E através da vida,
esconjurar a morte.
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