Digam
os nomes com a lonjura de rosas
digam
os nomes esconjurados
em
noites desassossegadas
digam
os nomes do avesso e sem águas-furtadas
digam,
principalmente,
os
nomes proscritos
em
maus hábitos sanitários depostos
nas
mãos de tutores de tudo o resto.
Digam
os nomes.
Digam
nomes.
Digam.
Mas
não parem de os dizer
em
continuadas proclamações solenes
que
o pronunciamento dos nomes
restitui
a coutada da personalidade.
Digam
os nomes todos
sem
o temor reverencial perante uns nomes
nem
a indiferença que adeja
sobre
os nomes anónimos.
Deixem
os nomes respirar por si
depois
de os elevar a um púlpito sem lugar
e
neles ditar a consagração dos nomes
dos
nomes todos.
Pois
se não somos só
nomes
vertidos em documentos
somos,
ao menos,
a
garantia salada na distinção dos nomes.
Dos nomes que nos dão nome.
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