Deslumbrantes
morangos
frescos sobre a cama
respiram
sobre a noite temporã.
Desalinham-se
os céus
devolvida
a claridade
apesar
da noite
(já
noite):
um
grande lago azul sobreposto.
Anotação
de empreitadas:
que
estou a chegar
que
trago uma forma diferente de estio
que
das lonjuras viajou comigo
o
horizonte desembaraçado
e
as legítimas rodas dentadas
que
prendem os olhos salgados à tela majestosa.
E
num dezembro tardio
sem
os ósculos caridosos em velhinhas ao acaso
sem
as íngremes subidas mordazes
talvez
encontre
uma floreira viçosa a destempo
sem
garantia de gente importante
ou
caução de funcionários atestados.
Os
feixes de luz
incendeiam-se por dentro dos olhos
deixando
os frutos sem aroma
e
os dedos incapazes de tecerem seu mapa.
Não
me assusto.
Não
será decerto tarde.
Não
serão
nórdicos gelos a entronizar a inércia.
Não
haverá
casacos de ferro a impedir o movimento
ou
algozes desembainhados
a
tornar deletérios os pensamentos.
Tenho
o horizonte debaixo da manga
e
não conto contar o segredo.
Os
morangos colhidos
têm
dias de repouso em cima da cama
e
nem assim a madurez se evaporou.
O
aroma obtido dos morangos
continua
a ser o vaso comunicante
a
aragem continua do quarto
–
do quarto portanto pleno.
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