Atirem
toda a artilharia
os
impropérios e os dardos envenenados
as
flores podres e o pão bolorento
o
opróbrio sancionatório
que
faz descer a vergonha.
Atirem
tudo de mau ao mau elemento
que,
ao
mau ser,
mereceu
todos os males cominados.
Não
se cansou das torpezas
não
largou a insídia de mão
não
ganhou para sustos ao fintar demónios
não
quis semear simpatia
no
púlpito de onde assobiava perfídia.
Desdenhou
vociferou
atraiçoou
mentiu
manipulou
distorceu
disfarçou
esbofeteou
(fracos)
fez
chover deslealdade
ganhou
foros de desagradável personagem
ufanando-se
de pergaminhos tais.
Findado
o reinado de aleivosias
à
mercê do julgamento dos outros
de
todos os outros
–
dos que aleijou
e
dos que foram testemunhas dos danos noutros
–
mantém-se impassível
cabisbaixo
estremunhado.
Compõe
o ar compungido de vítima.
Vítima
de si mesmo.
E
agora
que
sobre ele todo o mal se abate
e
sofre
com
a devolução das maldades dantes palco
monta
outro teatro doloso:
sem
entoar as palavras
substitui-as
pelo rosto condoído
que
suplica por misericórdia.
Enfim
a
misericórdia entrou
no
catálogo da sua pessoal gramática.
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