23.9.16

Oito ou oitenta

Aconchegar o peito vazio
ao cais capitão
dando voltas seguidas ao perplexo sentido.
Ditados descomunais em vestes sumptuosas
a preceito da função
sem rimas,
inúteis.

E o peito vazio sacia-se
enche-se de imagens grossas
imagens espessas e leitosas
com palavras capitais
palavras lustrosas
a eloquência incendiada
na ponta do fósforo teimoso.

O cais devolve a calma parecida
deitando aos olhos sementes frutuosas
de um mar cheio de navios belos
um mar timoneiro
um mar matricial.

E o peito,
já cheio
oferece-se aos preceitos idênticos.
Mandam as convenções
que não se regateie a generosidade.

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