Pois,
a
chama.
Delicodoce.
Como
um abraço.
Sentinela.
Na
atalaia urgente.
Com
os braços quentes
sem
estiolarem no inverno.
A
chama.
No
crestar dos ramos secos
a
fogueira repleta.
Sem
chama vivaz
o
pasto mortiço.
E
na chama
as
sementes loquazes
um
esteio escorado
as
cinzas testemunhas
o
dorso orgulhosamente retesado.
A
chama que chama
pelos
corpos serenos
em
sua feição celeste
domadores
dos mares irados.
A
chama, pois.
Trezentas
noites urdidas
sem
a pele macilenta
apenas
por dentro dos olhos ardentes
dos
olhos que resplandecem
a
chama.
Leva
os latidos dos cães vadios
levanta
o abraseado da alma
limpa
os corredores esquecidos do pensamento
nas
levadas alcantiladas
nos
sopés majestosos
nos
luares quiméricos
nos
lugares vazios, até.
Sem
a chama
condenação
ao arrefecimento global.
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