Rouca
a voz distante.
Mercê
de coisas quiméricas
arrebatamentos
não banais
vistas
atiradas para páginas depois
pele
adestrada para o frio das estepes
refeições
singelas comidas no parapeito
algas
colhidas ao acaso na embocadura do mar.
Rouca
a voz distante
mas
suficiente para o demais:
as
proclamações vertiginosas
os
cálices verticais
os
olhos sambados
os
arbustos cheios de mel
as
areias recebidas no luar
as
estrofes que desaproveitam preces
os
beijos desatados
os
filhos servidos em ouro
os
braços maduros pelo entrelaçar.
Rouca
a voz distante
mas
voz
e
portanto
presente.
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