6.1.17

Depois de amanhã

A tela refém
à medida dos estroinas
que despojam as páginas
enfim alvas,
enfim nuas.
O amontoado de ruas iguais
estreita-se na severidade de uma avenida
e os mendigos limpam o suor
mostrando as rugas como feição.
Não se descobre o ouro vadio
nem promessas de deleites:
o tempo veloz amotina-se
contra
os lingotes cerrados
as mãos duras e contrariadas
as luas esquecidas
o tónico servido em copo de fino pé.
Das impressões restantes
uma talvez luva aveludada
rimando com o rio assoreado.

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