É a chuva intermitente
a barcaça a apodrecer no
lodo
sem um ocaso que se veja
sem um pressentimento
estimado.
No fojo longínquo
fugindo de um falcão
destemido
esgueira-se entre os
arbustos rasteiros
fazendo lembrar
argumentos repetidos
(eles também rasteiros).
O moço de recados,
intermitente como a
chuva,
mostra a torpe coluna
vertebral:
fala com a voz do dono
a voz que mais pagar os
favores desejados.
Afirma as desafirmações
de outrora
com a desmemória que
entontece
os lençóis retorcidos
sua vitualha.
A chuva continua
intermitente.
O mundo segue por todo o
lado.
Sem comentários:
Enviar um comentário