Balbuciam
as cores
entranhadas
em coros sem
rosto
em árias
pontuadas por grilhetas sem nó
em nós,
que sabemos ser
ouvintes.
Coram na aposia irrecusável
em iracundo
devaneio
contra as
paredes estimadas
contra o vento
sem freio.
Talvez se saiba
à noite
as cordas
atenuadas do sopor
as imagens diáfanas
de crianças sem maldade
as montanhas
sucessivas sem firmamento
e o rio estroina
que escarva seu caudal.
Quem sabe
as feridas
insanáveis sejam sinal?
Desaproveitem-se
elogios-marasmo
engodos que
espreitam nas esplanadas
sapatos sem
tamanho para os pés
ideias em saldo
betuminosas
personagens desinteressantes.
Os murmúrios
quentes
afagam o sono
adiado
e os olhos
fundos chamam
no chamamento
mais fundo de que há saber.
Diante do resto
tudo é
menoridade
tudo é pasto sem
seiva
tudo é mar sem
vista para a cidade.
Oxalá não haja
mapas queimados
entre o restolho
do outono
e o olhar fundo,
emergindo das
funduras da alma,
coabite na
perenidade do tempo.
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